Nos últimos anos, o papel do desenvolvimento sustentável e do ESG tem ganhado cada vez mais relevância no cenário empresarial. Com uma crescente pressão de consumidores e stakeholders, as empresas têm sido levadas a adotar práticas mais responsáveis, tanto no cuidado ambiental quanto no impacto social e na governança.
A pesquisa Ipsos ESG 360° traz um panorama completo sobre a percepção dos brasileiros em relação à importância do ESG e do desenvolvimento sustentável.
Por isso, neste artigo, vamos explorar os principais achados deste estudo e discutir as implicações para empresas, consumidores e o país como um todo.
Sumário
ESG e o papel do desenvolvimento sustentável no Brasil
O ESG é uma abordagem estratégica que abrange três pilares fundamentais:
- Ambiental (Environmental);
- Social (Social); e
- Governança (Governance).
No Brasil, o conceito de ESG começou a se popularizar especialmente entre as grandes empresas que enfrentam maior pressão de investidores e mercados internacionais.
O papel do desenvolvimento sustentável, neste contexto, é essencial, pois permite que as empresas equilibrem crescimento econômico com impactos positivos no meio ambiente e na sociedade.
Ao longo da última década, as práticas ESG se consolidaram como fator crítico de competitividade no mercado. Empresas que não adotam essas práticas arriscam perder a confiança dos consumidores e investidores.
Com a crescente conscientização sobre questões como mudanças climáticas, justiça social e transparência corporativa, o desenvolvimento sustentável se tornou uma obrigação, não apenas uma opção.
Sobre a pesquisa ESG 360°
A Ipsos é uma das principais empresas de pesquisa de mercado do mundo, com vasta experiência em estudos de opinião pública e reputação corporativa. Sua pesquisa ESG 360° tem o objetivo de entender como os brasileiros percebem o papel da sustentabilidade e a atuação das empresas nesse cenário.
Este é um marco importante para avaliar o quanto as práticas ESG já são reconhecidas e valorizadas pela sociedade. A pesquisa aborda questões relacionadas à familiaridade com o termo ESG, a percepção sobre o desenvolvimento sustentável e a avaliação das empresas em termos de transparência e responsabilidade.
Metodologia da pesquisa
Entre os dias 3 e 22 de julho de 2024, a ESG 360° ouviu 5 mil brasileiros de diferentes faixas etárias e classes sociais, com foco em entender como a população vê as práticas de sustentabilidade nas empresas.
Os entrevistados foram questionados sobre temas como a importância do desenvolvimento sustentável, a transparência das empresas e a disposição de pagar mais por produtos sustentáveis.
A metodologia usada incluiu tanto a coleta de percepções qualitativas quanto quantitativas. Foram avaliados setores específicos como petróleo e gás, mineração e automotivo, além de empresas que já possuem maior exposição na agenda climática.
Isso permite uma visão ampla e diversificada sobre os avanços e desafios do ESG no Brasil.
Percepção dos brasileiros sobre ESG e desenvolvimento sustentável
Segundo a pesquisa, 96% dos entrevistados consideram o desenvolvimento sustentável essencial para o futuro do Brasil. Porém, apenas 34% estão familiarizados com o termo ESG, sendo que esse conhecimento é mais comum nas classes A e B.
Isso indica que, apesar de o conceito estar em ascensão, há um caminho longo até que as práticas ESG sejam amplamente conhecidas e adotadas.
Muitos brasileiros acreditam que as empresas continuam longe de atingir um nível satisfatório de transparência. Para 56% dos entrevistados, as informações sobre as ações de sustentabilidade das empresas são vagas ou insuficientes, o que reflete uma falta de comunicação clara e acessível.
Isso revela uma importante oportunidade de melhora, já que a prestação de contas transparente é um dos pilares centrais do ESG.
ESG e desenvolvimento sustentável nas empresas
Os dados revelam que apenas 23% dos brasileiros acreditam que as empresas estão realmente cumprindo suas promessas de sustentabilidade. Isso pode ser atribuído a uma série de fatores, como a falta de clareza na comunicação ou o fato de muitas iniciativas ainda estarem em estágio inicial.
Empresas dos setores automotivo, de petróleo, de gás e de mineração foram as mais criticadas, provavelmente por causa ao impacto ambiental de suas operações.
Entretanto, há casos de empresas que estão se destacando por suas práticas exemplares. A Natura, por exemplo, foi a mais mencionada pelos respondentes como referência em responsabilidade ambiental e social, mostrando que é possível se destacar nesse campo com estratégias bem-implementadas.
Desenvolvimento sustentável na visão dos consumidores
Um ponto interessante abordado na pesquisa foi a questão do consumo responsável. Quatro em cada dez brasileiros se consideram consumidores responsáveis, ou seja, levam em conta o impacto social e ambiental em suas decisões de compra.
No entanto, o fator preço ainda é um obstáculo: 77% dos entrevistados acreditam que as empresas deveriam oferecer produtos sustentáveis sem transferir custos adicionais ao consumidor.
Este dado levanta um debate sobre o papel das empresas em tornar produtos ecológicos mais acessíveis e educar os consumidores sobre a importância de hábitos de consumo mais conscientes. A inovação pode ser uma chave para superar essa barreira.
Empresas destaque em sustentabilidade
Além da Natura (líder do ranking), a Johnson & Johnson e a Tramontina também foram citadas como exemplos de empresas que vêm adotando boas práticas de ESG.
A reciclagem, reutilização de embalagens e o uso de materiais sustentáveis são algumas das iniciativas que posicionaram essas empresas como líderes na agenda ESG no Brasil.
Desafios e oportunidades
Os principais desafios enfrentados pelas empresas estão relacionados à adaptação de processos e à comunicação eficaz de suas ações de ESG.
Muitas empresas ainda veem essas práticas como um custo adicional e não como um investimento de longo prazo. Entretanto, há um grande potencial de inovação e crescimento para aquelas que conseguem integrar o ESG em sua estratégia central.
A adoção de práticas ESG pode gerar diversos benefícios para as empresas, como: redução de custos, melhoria da reputação, atração de talentos e acesso a novos mercados.
A transparência é outro desafio fundamental. Para conquistar a confiança do público, as empresas precisam ser mais claras e acessíveis na forma como reportam suas iniciativas. Uma boa comunicação pode, inclusive, se tornar um diferencial competitivo.
Implicações para o futuro
Os resultados da pesquisa ESG 360° indicam que as práticas de ESG continuam em fase de maturação no Brasil, mas o caminho é promissor.
O crescimento da conscientização entre os consumidores e a pressão de investidores por práticas mais responsáveis devem impulsionar ainda mais a adoção de estratégias ESG pelas empresas.
Nos próximos anos, espera-se que o ESG seja um dos principais fatores de competitividade empresarial, moldando políticas governamentais e empresariais.
Conclusão
O desenvolvimento sustentável é, sem dúvida, uma necessidade crescente para as empresas brasileiras. Como mostra a pesquisa Ipsos, há uma clara demanda da sociedade por práticas mais transparentes e responsáveis.
Ao integrar o ESG em suas estratégias, as empresas não só contribuem para um futuro mais equilibrado, mas também ganham um diferencial competitivo no mercado.
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