O que mulheres empoderadas nos ensinam com sua liderança feminina? Essa pergunta é a base desse artigo, que busca apresentar algumas mulheres inspiradoras que alcançaram destaque na sociedade e as lições que podemos extrair do exemplo delas.
No recente panorama brasileiro, a presença feminina em posições de comando tem mostrado algum avanço, ainda que distante do ideal. De 2019 a 2022, a participação de mulheres em cargos de CEO aumentou de 13% para 17%, segundo o estudo Panorama Mulheres 2023.
No entanto, a jornada rumo à equidade de gênero no ambiente corporativo ainda enfrenta inúmeros desafios. Diante desse contexto, vamos olhar para mulheres que superaram os obstáculos de uma cultura retrógrada machista e deixaram valiosos aprendizados sobre empoderamento feminino.
Mulheres empoderadas: histórias de sucesso
Listamos a seguir cinco mulheres empoderadas em suas áreas de atuação, cujos legados inspiram uma sociedade que precisa definitivamente vencer a desigualdade de gênero. Vamos a elas:
Luiza Helena Trajano
Conhecida por revolucionar o varejo brasileiro como presidente da rede de lojas Magazine Luiza e outras empresas que compõem sua holding. Natural de Franca/SP, formou-se em direito e transformou o negócio familiar, que surgiu naquele município, em um gigante do e-commerce, destacando-se por sua liderança inovadora e foco no cliente.
Luiza é também uma ativista do empoderamento feminino e da inclusão digital e social, tendo iniciado movimentos como o “Mulheres do Brasil”, em 2012, formado por cinquenta mulheres de diversos segmentos da economia, que se reuniram para melhorar o país. Hoje, já são mais de quatro mil integrantes que se encontram para discutir propostas no campo da educação, do empreendedorismo, de projetos sociais e de cotas para mulheres.
Sua abordagem nos negócios e compromisso com o desenvolvimento social a tornaram uma figura influente no Brasil.
Zica Assis
Heloísa “Zica” Assis é uma empresária brasileira, cofundadora e sócia do Instituto Beleza Natural, maior rede brasileira especializada em cabelos crespos, cacheados e ondulados do Brasil.
Ela foi a sétima filha de uma família de 13 irmãos. Nasceu na comunidade do Catrambi, perto da Tijuca, no Rio de Janeiro. Zica iniciou sua vida profissional como empregada doméstica, tendo sido também babá, faxineira e vendedora de produtos de porta em porta.
Contudo, sempre teve um sonho maior: transformar a relação das mulheres com seus cabelos naturais. Com determinação, ela foi estudar para ser cabeleireira, dedicando anos ao desenvolvimento de uma fórmula que tratasse e valorizasse cabelos crespos e cacheados.
Seu sucesso levou à criação de uma referência nacional que promove não só beleza, mas também a autoestima e o empoderamento para mulheres afro-brasileiras. O negócio lucrativo que nasceu das suas mãos é fruto de muito trabalho, dedicação e resiliência, gerando hoje inúmeros empregos.
Zica Assis é hoje reconhecida por sua contribuição significativa para a inclusão e a representatividade no mercado de beleza brasileiro.
Cristina Junqueira
Cofundadora do Nubank e atual CGO (Chief of Growth Officer), transformou o cenário financeiro brasileiro com sua abordagem inovadora.
Natural de Ribeirão Preto/SP, formou-se em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (USP) e tem um MBA pela conceituada Kellogg School of Management, dos Estados Unidos. Cristina utilizou sua vasta experiência no setor bancário para endereçar desafios específicos enfrentados pelos consumidores no Brasil.
Sua visão resultou na criação de um banco digital centrado no usuário, eliminando burocracias e tornando o crédito mais acessível. Sob sua liderança, o Nubank cresceu exponencialmente, tornando-se um dos bancos digitais mais influentes do mundo e simbolizando um marco na inclusão financeira.
Sua paixão por melhorar a vida financeira das pessoas ajudou a moldar uma nova era para os serviços bancários na América Latina.
Chieko Aoki
É a fundadora e presidente da Blue Tree Hotels, uma das maiores redes hoteleiras do Brasil. Nascida em Fukuoka, no Norte da Ilha Kyushu, no sudoeste do Japão, veio para o Brasil quando tinha seis anos de idade, passando a morar em Bastos, no interior de São Paulo.
Formada em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e com especialização em Administração Hoteleira na Cornell University, dos Estados Unidos, também estudou administração no Japão, em 1970, e trouxe consigo um estilo único de hospitalidade, combinando a eficiência japonesa com o calor brasileiro.
Ela transformou a Blue Tree em sinônimo de qualidade e atendimento de excelência. Chieko Aoki é conhecida por sua filosofia de liderança focada no bem-estar e no desenvolvimento pessoal de seus funcionários, o que se reflete na cultura empresarial da sua rede de hotéis. Com uma abordagem holística à gestão, enfatiza o respeito mútuo, a inovação constante e a sustentabilidade.
Assim, redefiniu práticas e inspirou novas gerações de profissionais, tornando-se uma das mulheres mais influentes no setor, passando a ser chamada de “dama da hotelaria”.
Rosabeth Moss Kanter
Nascida em Cleveland, Ohio, nos Estados Unidos, ela é uma renomada professora da Harvard Business School, que se formou primeiro em Sociologia, e tornou-se especialista em estratégia, inovação e liderança para mudanças.
Autora de vários best-sellers sobre negócios e gestão, Kanter transformou o pensamento organizacional e empresarial com suas pesquisas. Ela é conhecida por suas teorias sobre o “efeito catalisador”, a importância da cultura corporativa e o conceito de empoderamento dentro das empresas.
O trabalho influente de Kanter investiga a dinâmica da construção de equipes, o desenvolvimento organizacional e a importância da comunicação aberta e da colaboração. Com base nisso, incentiva as empresas a abraçarem mudanças de forma proativa e a empoderarem funcionários para contribuir com seu máximo potencial, impulsionando crescimento e transformação.
Ela é uma figura inspiradora no mundo acadêmico e empresarial, contribuindo significativamente para o entendimento da gestão moderna, com destaque para o gerenciamento de projetos.
O que podemos aprender com mulheres empoderadas?
A participação feminina na sociedade, em especial no mercado de trabalho, tem muito a ensinar. Elas possuem uma série de atributos que inspiram profissionalismo e uma ótima entrega de resultados. Listamos algumas dessas características que se sobressaem:
1. Empatia e poderosa intuição
As líderes femininas se destacam por colocarem-se no lugar dos outros. Elas usam da intuição e possuem um grande senso de harmonia, o que lhes permite entender profundamente as necessidades de suas equipes e clientes.
2. Influência e persuasão
Mulheres empoderadas no cenário corporativo conseguem manifestar a habilidade de liderar efetivamente, direcionando as pessoas e o grupo para alcançarem objetivos comuns. Uma líder influente cria um ambiente de trabalho colaborativo, alcançando resultados consistentes ao cativar e ganhar o respeito das equipes.
3. Flexibilidade
Com a disciplina e a persistência delas, aprendemos com o exemplo das mulheres a manter foco nos objetivos a serem alcançados, sem perder do horizonte uma visão global das coisas. Daí a necessária capacidade que têm de serem flexíveis e adaptarem-se rapidamente quando os ventos de repente soprarem para outros rumos.
4. Iniciativa
Lideranças femininas são proativas, antecipando demandas e mantendo o foco nos objetivos estratégicos. Mesmo sendo desafiador, demonstram habilidade multitarefa, o que as faz gerenciar eficientemente várias responsabilidades sem comprometer a qualidade.
5. Relações interpessoais
Mulheres empoderadas desenvolvem boas relações interpessoais, negociam efetivamente e combatem estereótipos de gênero através da comunicação assertiva. Isso cria locais de trabalho mais equitativos e harmoniosos, promovendo a diversidade e a inclusão.
Conclusão
As histórias inspiradoras de mulheres empoderadas que conhecemos são apenas uma amostra de infinitas outras que existem no mundo. São bilhões e bilhões de batalhadoras anônimas fazendo a diferença na sociedade, enfrentando lutas inimagináveis e aproveitando cada oportunidade para vencê-las.
Quebrar preconceitos, derrubar estereótipos e mudar uma cultura defasada, com políticas públicas inclusivas e afirmativas, é trabalho longo e árduo, mas que começa desde já, com cada vez mais consciências despertadas.
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